Comprar frutas cortadas pode ser prático, mas oferece risco à saúde, alerta especialista
Em tempos em que a pressa molda o consumo, a recomendação soa como um lembrete importante: nem toda praticidade é saudável
Ao passear pelos corredores refrigerados de supermercados, é comum encontrar pedaços de melancia, metades de melão e abóboras já fracionadas, envoltos em plástico filme ou embalagem de plástico. A proposta parece tentadora: praticidade, porção ideal e economia. Mas essa comodidade pode esconder um risco invisível — e perigoso — à saúde.
A nutricionista Duna Nicolau, em vídeo divulgado em seu canal no TikTok, chamou atenção para o problema. Segundo ela, frutas e hortaliças expostas após o corte perdem a proteção natural da casca, tornando-se vulneráveis à proliferação de microrganismos. “A casca grossa dessas frutas, especialmente das que crescem rente ao solo, como o melão e a melancia, serve como uma barreira natural contra bactérias. Uma vez cortadas, essa barreira desaparece e os riscos aumentam”, alerta.
Além disso, a exposição prolongada ao ar acelera a oxidação, reduzindo significativamente o teor de vitaminas e nutrientes. O aspecto visual ainda pode enganar: mesmo que o alimento pareça fresco, sua integridade microbiológica pode já estar comprometida.
- Dormir mal aos 40 pode acelerar o envelhecimento do seu cérebro
- Um pouco de água é o toque que faltava para a sua pipoca ficar perfeita!
- Titan – o novo doc da Netflix que desvenda os erros por trás da implosão
- Este paraíso na América Central é destino para amantes da arqueologia
Em meio ao debate sobre o tema, a Agência Espanhola de Segurança Alimentar também emitiu orientações para os consumidores. O órgão recomenda que frutas cortadas permaneçam fora de refrigeração por no máximo três horas, em locais ventilados e longe da luz direta. No entanto, essa recomendação pressupõe condições ideais que muitas vezes não são observadas no ponto de venda.
Outro fator crítico é o manuseio anterior à exposição. Ferramentas e superfícies mal higienizadas, manipulação sem luvas ou sem lavagem correta das mãos, e cortes realizados com antecedência excessiva são portas abertas para a contaminação cruzada.

Questão de saúde pública
O alerta da nutricionista, portanto, vai além de um simples conselho: trata-se de uma questão de saúde pública. Ela recomenda que, sempre que possível, o consumidor opte por adquirir a fruta inteira, mesmo que pareça mais do que precisa. “Leve para casa, corte você mesmo e armazene corretamente. É mais seguro e, no fim das contas, mais nutritivo”, aconselha.
Em tempos em que a pressa molda o consumo, a recomendação soa como um lembrete importante: nem toda praticidade é saudável. E, quando se trata da nossa alimentação, precaução deve vir sempre antes da conveniência.
Colocar estas frutas e vegetais juntos na fruteira é a pior coisa que você pode fazer
Manter uma fruteira organizada não é apenas uma questão de estética ou praticidade: trata-se de uma medida importante para preservar a qualidade e prolongar a vida útil de frutas, legumes e hortaliças. Isso porque, dependendo da combinação de alimentos, o contato próximo entre alguns deles pode acelerar o amadurecimento e até provocar o apodrecimento precoce.
O principal vilão nesse processo é o etileno — um gás natural emitido por certas frutas durante o amadurecimento. Embora seja inofensivo, quando liberado em excesso e em contato com produtos mais sensíveis, ele pode provocar efeitos indesejados, como a alteração de textura, sabor e aspecto visual.